‘Riscos Climáticos e a Saúde dos Portugueses: Futuro(s) por imaginar e construir’

‘Riscos Climáticos e a Saúde dos Portugueses: Futuro(s) por imaginar e construir’ é o mais recente estudo da Return on Ideas. Desenvolvido, em conjunto com especialistas na área do ambiente, para a Médis, foi apresentado no passado dia 25 de Outubro, numa sessão divulgada pelo Expresso que pode ser revista na íntegra AQUI.

Além de explicar relações entre as mudanças climáticas e a saúde, uma reconhecida lacuna de conhecimento, o estudo esclarece sobre as percepções que os portugueses têm desses riscos, concluindo que, embora chegando facilmente às ameaças para a saúde, a grande maioria não as compreende na sua extensão e gravidade.

Porque a entrega de problemas sem caminhos de esperança não cabe no que gostamos de fazer, integramos no estudo exemplos de iniciativas que dão prova de espaço para a mitigação e adaptação às alterações climáticas. Nesta matéria, a acção não dispensa a sensibilização para os problemas; mas será inviável se o futuro não se revestir também de qualidades apetecíveis.

Esta convicção conduziu-nos a uma audácia: a de oferecer, com o estudo, um objecto artístico que levasse à reflexão sobre o futuro. O ensaio ‘O futuro do clima, o clima do futuro’, foi escrito por Gonçalo M. Tavares em resposta a essa nossa ambição. E desafia os nossos imaginários.

O estudo pode ser descarregado na íntegra AQUI

A Saúde das Mulheres: um potencial a alcançar

Mantendo o envolvimento com o projecto Saúdes – uma plataforma da Médis que visa conhecer, e dar a conhecer, a saúde a partir da própria experiência das pessoas – a Return On Ideas voltou a desenvolver uma investigação que olha a saúde dos portugueses, desta vez focada na Saúde das Mulheres.

A constatação de défices de saúde e bem-estar das mulheres face aos homens, ao mesmo tempo em que nelas se detecta uma tendência para maior vigilância da sua saúde, levou a um estudo onde se procuram perceber os motivos que explicam os défices e, sobretudo, detectar espaços de melhoria de bem-estar ao longo do ciclo de vida das mulheres.

O estudo prova que, entre outras razões, a inacção em relação ao bem-estar das mulheres se deve a uma excessiva normalização do seu mal-estar, desde logo, entre as próprias. Os temas da saúde reprodutiva e sexual ainda estão culturalmente agarrados a mitos e constrangimentos que levam a que as mulheres silenciem o seu mal-estar e o integrem como normal – porque assim foi historicamente. É aqui que, numa análise iminentemente sociológica, se encontra o potencial de melhoria da sua condição: se as próprias mulheres estiverem cientes do que as espera, se puderem actuar na prevenção, se conseguirem relacionar o mal-estar que sentem com as causas que estão na sua origem, podem ser mais consequentes.
O estudo aponta ainda algumas iniciativas em diferentes áreas de actuação que sugerem uma evolução na consciencialização e na actuação a favor da saúde da mulher. Essas iniciativas, bem como todos os dados e restantes conclusões do estudo, podem ser integralmente consultados neste documento

A Saúde dos Portugueses, um BI em nome próprio

A propósito do seu 25º aniversário, a Médis fez hoje público o estudo “A Saúde dos Portugueses, um BI em nome próprio’ que é a primeira pedra de um empreendimento maior: uma plataforma de conhecimento de nome ‘Saúdes’ que visa olhar e acompanhar a saúde dos portugueses a partir da sua experiência própria e não pela lente mais comum de médicos, especialistas e investigadores. Biografias de Saúde – muito para além de biologias – é o foco desta investigação cuja autoria é assumida pela Return on Ideas.

Que saúde têm ou acham que têm os portugueses?

Mais importante do que mapear a sociedade pela saúde que tem ou indica ter, pareceu-nos ser mapear uma sociedade em movimento para a saúde que ‘quer ter’. É essa crença na mobilização por vontade própria ou, por oposição, a entrega ao imobilismo, que figura como o ponto mais interessante de discussão numa óptica de futuro, da promoção (desejável) de uma sociedade de bem-estar.

Nesse prisma, criou-se um modelo de segmentação com sete grupos comportamentais distintos e um indicador ‘Potência Saúde’ que pretende sintetizar a força do movimento pró saúde dos portugueses. Estes e muitos outros dados, ideias, conclusões mas, também, questões que idealmente levarão a outras questões, podem ser integralmente acedidos aqui.

(Re)valorizar a água: colaboração com a Gulbenkian

Estamos conscientes do valor da água? Ou do custo de não a ter disponível? Como despertar os cidadãos para o risco de escassez?

Pela assinatura do nosso C-The Consumer Intelligence Lab, a Return on Ideas conduziu para a Gulbenkian o estudo “O uso da água em Portugal: olhar, compreender e actuar com os protagonistas chave”. O projecto corporiza mais uma aproximação da ROI a temas de cidadania, concretamente ao desenvolvimento sustentável.

A investigação, cujos resultados foram publicados este mês, teve como intenção capacitar o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Gulbenkian no seu propósito de criar uma nova ‘Cultura da Água’ em Portugal.

Num cenário provável, segundo cientistas, do país se confrontar com a escassez de água já nas próximas duas décadas, foi necessário conduzir duas linhas de investigação: uma que incidiu nas práticas do sector que mais depende do recurso hidríco – a agricultura –, outra que pretendeu mapear as percepções do cidadão comum.

Entre conversas com diversos especialistas e o trabalho de campo, foram realizadas 52 entrevistas em mais de 100 horas de auscultação. O resultado foi uma estrutura metodológica que, mais do que um diagnóstico, procurou formular caminhos de actuação e identificar agentes aceleradores de mudança.

Dos factos às ideias, ambicionamos que o nosso trabalho ajude à necessária mobilização de um conjunto alargado de entidades – de organizações sectoriais à grande distribuição – para o que possa ser o seu papel impulsionador de novos paradigmas de valorização e uso de água.

Uma década de C-Lab, devidamente celebrada

O nosso C-Lab faz 10 anos neste 2019!

O número redondo sugeria comemoração, mas a nossa alegria por esta caminhada exigia festa.

Assim, dia 24 de Setembro chamámos todos à Gulbenkian, pusemos a música a tocar e brindámos ao passado com o ‘futuro sempre a chegar’ que a investigação de tendências traz à discussão desde há 10 anos para cá e que é a nossa razão de ser.

Este projecto leva uma vida cheia e foi a ela que brindámos. A uma infinitude de ideias que se debateram, de palavras que se fixaram como nossas, de consumidores comuns cujas histórias ficaram gravadas na nossa memória, de clientes que entusiasticamente nos leram, ouviram, opinaram, de lugares que fizemos nossos.

Ainda que esse olhar para o passado não deixe de ser preciso e deva ser celebrado, é o olhar sobre o futuro que nos ocupa e nos inquieta. Por isso a 10ª edição de Tendências foi o momento certo para o C se celebrar.

Sublinhámos neste dia o encontro com um consumidor mais consciente, mais reflexivo, que quer ir mais além. Um indivíduo que cada vez desafia mais os seus limites. Sublinhámos que, numa vida de consumo feita sempre de uma sequência interminável de ‘novos começos’, se evidencia claramente em 2019 a ideia de que cada vez mais portugueses desejam um novo começo. Não que o Neo-materialismo (tendência primeira do paper) subentenda o caminho de todos para uma frugalidade feliz, mas aponta definitivamente para uma equação de sedução com novos contrapesos e indispensáveis correcções. É sobre eles que as 7 tendências apresentadas, se debruçam:

  • Neo-materialismo
  • Ida ao Limite
  • Império dos Sentidos
  • Alquimia das Escolhas
  • Fidelidade [não?] Correspondida
  • Re-Gramaticar os Euros
  • Os mais Velhos, Nova Fronteira da Inclusão

Um grande bem-haja a todos os clientes que acompanharam o projecto estes 10 anos!

Perspectivas partindo de uma ‘infância’

No passado dia 30 de novembro, reunimos a comunidade C no novo campus da Universidade Nova, para debater os resultados da mais recente investigação – “Eu, Consumidor Digital: Expectativas que apontam quotidianos (re)imaginados”. Para melhor perspectivar o que se avizinha, contámos com a participação e testemunho de membros das empresas que formam a comunidade C, assim como de convidados especialistas da Google e da Innovagency.

A revolução digital, que é hoje considerada um fenómeno inegável, é fundamentalmente uma revolução cultural, um processo de mudança de comportamentos que vem estabelecer uma nova pirâmide de necessidades/ desejos e que exige uma renovada forma de projecção do “eu” e de vivência em sociedade. Enquanto laboratório de conhecimento do consumidor, o C-Lab assume o propósito de defender uma transformação tecnológica que não pode, precisamente pelo grau de disrupção que implica, ser menos humana. Escrevemo-lo no que chamámos (uma espécie de) Manifesto.

A oportunidade de futuro que a maratona da digitalização oferece, tem subjacente um desafio que neste 30 de Novembro se sublinhou: o de contrabalançar a tensão, desumanização e dependência que hoje associamos ao mundo digital, com as inúmeras possibilidades de facilitação do quotidiano que podem advir de uma boa aplicação da tecnologia. Pede-se, portanto, reflexão ética e sensibilidade cidadã vigilante nesta incorporação do digital em novos serviços e produtos.

O trabalho realizado situa o ‘Consumidor Digital’ em Portugal num estágio de ‘infância’ no que à integração do digital diz respeito. Uma infância que porém, já perspectiva claras necessidades e expectativas a nível de serviço, de usabililidade e personalização. Na mobilidade, na saúde, na gestão doméstica e orçamental.

Em suma, avistamos um novo e prolífero terreno de expansão para as marcas que começa, antes de mais, em lacunas referidas ou necessidades não atendidas, e termina… não se sabe onde. Porque ‘o consumidor não sabe que quer o que não conhece’ e … definitivamente, há muito que não conhece mas desconfiamos que vá querer.

Em reacção a uma stress society… enfim mais fortes

No passado dia 13 de Outubro, o C-The Consumer Intelligence Lab reuniu a comunidade C na Fundação Calouste Gulbenkian para a apresentação da investigação anual de Tendências de Mudança do Consumidor.

Subimos mais uma vez ao posto de vigia que este laboratório nos permite honradamente ocupar, para compreender como o consumidor-cidadão português está a lidar com os novos desafios que a sociedade renovadamente lhe coloca.

Na investigação deste ano, exploramos sete tendências sedimentadas numa stress society e que colocam o consumidor perante uma conjectura exigente; que surpreende continuamente, que propõe situações novas e que cria desconforto pelo excesso e pela velocidade das mudanças. Pela necessidade de se protegerem, as pessoas activaram capacidades e competências, que segundo o filósofo Peter Sloterjijk, funcionam como um verdadeiro sistema imunitário. Mas esta atitude não é tão-somente defensiva, é a de quem vai à luta e se quer superar. O stress, enfim, deverá ser visto não apenas como um factor negativo, mas como um catalisador que promove e desafia os indíviduos a serem mais e melhor.

Esse ‘mais e melhor’ expressa-se em diferentes tendências que esta investigação apresentou. Expressa-se quando as pessoas se querem munir com manuais de ética renovados, quando, como um atleta de alta competição, se treinam e o traduzem em métricas, quando querem ser mais qualificados, melhores educadores, ter mais saúde, ser mais eco-conscientes, aprender com culturas que evocam ideais de perfeição como a escandinava ou a japonesa.

Este paper assume-se, mais uma vez, como uma caixa de ferramentas que pretende equipar marcas e decisores para se tornarem presentes de forma mais combativa – à semelhança deste consumidor-atleta – em novas arenas da vida.

Sete tendências, sete caminhos de reflexão que se inauguram em 2018:

  • Ética Recodificada
  • Packaging Interrogado
  • Salas de Aula Descentralizadas
  • O Poder das Métricas
  • Anti – [O que está na moda]
  • Cosmopolitismo Pratica-se
  • Consumidor ‘Contador de Histórias’

O(s) destino(s) de consumo dos portugueses – uma opinião ROI

De que forma é que as preocupações com a saúde estão a redefinir as preferências dos consumidores em termos de destino de compras? É possível um grande operador da distribuição moderna, generalista e massificado, posicionar-se com sucesso nesses nichos? Como é que vê a ultra diversificação e especialização da distribuição moderna? Como é que a grande distribuição e o retalho se vão organizar no futuro?

A estas e outras perguntas a Return on Ideas dá resposta numa entrevista que a Clara Cardoso deu ao Expresso e que foi publicada no Caderno de Economia dia 20 de Janeiro de 2018.

Concordando que os novos formatos de compra, como os renovados mercados e praças, são valorizados enquanto experiência, salvaguardamos que os “os números mostram que a tendência para concentrar as compras é prevalecente”, especialmente nas grandes cidades.  Nestes centros urbanos de maior escala marcados, cada vez mais, por solicitações múltiplas, o tempo ganha outro valor. A preocupação em conseguir tempo livre leva a uma exigente organização das rotinas e numa “dedicação – menor! – a outras tarefas como as compras ou organização da casa”.

Sem deixar de sublinhar que, quando se olha futuro, não se pode esquecer que a imprevisibilidade é característica das sociedades complexas, não temos dúvidas de que a aceleração da digitalização e uma maior capacidade de análise/reação real-time serão os grandes drivers da mudança.

Não acreditamos que haja portas fechadas à Grande Distribuição – “Para segmentar de forma eficaz é preciso conhecer muito bem o universo de consumidores e ter com eles uma relação longa, de confiança fundamentada em muitos anos de relação e sempre com sentido de inovação. Os grandes operadores da Distribuição Moderna em Portugal conseguiram, por mérito próprio reunir estes requisitos. Os Portugueses nunca se desiludiram com a Distribuição e praticamente todos as iniciativas que surgiram no setor foram bem-sucedidas. Por isso, o que venha desse lado em matéria de diversificação e especialização será sempre motivo de atenção e de predisposição à experimentação. E sabemos como os consumidores são tudo menos autómatos – os formatos têm vindo a fazer os seus percursos com grande sentido de adaptação às dinâmicas da Procura”

Estas e outras ideias sobre o destino do consumo e os destinos do consumidor, aqui.

Quando o futuro (afinal) já chegou

Com a tendência ‘Futuros Imaginados: a expectativa das marcas que o antecipam’, o C-LAB inaugura em 2017 uma discussão sem precedentes que tem um olhar posto num tempo mais distante.

Indica a tendência que «por força de um conjunto de disrupções tecnológicas que se afiguram próximas, os consumidores começam a levantar questões quanto ao seu futuro, ao formato e ao timing de soluções que deverão determinar uma transformação positiva do seu quotidiano, das cidades e das casas que habitam. As grandes marcas não apenas devem chamar a si uma quota de responsabilidade relativamente ao ‘imaginar o (melhor) futuro’, como podem aproveitar o momento para comunicar esse olhar mais longe e convidar o consumidor a ser agente participante de esforços de inovação em curso.»

Que cidades são estas do futuro? São aquelas em que se imaginam veículos autónomos, semáforos inteligentes, casas que gerem a sua própria energia ou mesmo energeticamente auto-suficientes? Diríamos que sim.

Mas são também cidades com ciclovias preenchidas, veículos eléctricos, carros, motas, bicicletas e espaços de trabalho partilhados, casas com comandos de voz. Uma paisagem diferente… mas não será, na verdade, possível amanhã?

A proximidade desse futuro que, afinal, é quase e apenas uma actualização do conceito de desenvolvimento sustentável na gestão da cidade, ficou muito óbvia na sessão de apresentação desta investigação do C-LAB que decorreu na Gulbenkian na última quarta-feira, dia 13 de Setembro.

O confronto com a necessidade de desconstruir rapidamente a imagem que se tem da paisagem urbana foi particularmente sentido quando um dos convidados que animou o painel de discussão – Joaquim Falcão de Lima, Director de Marketing Estratégico da Brisa – projectou em tempo real a nova aplicação DriveNow, um serviço de carsharing que a Brisa tinha lançado na véspera, distribuindo 211 automóveis (Mini e BMW) pela cidade de Lisboa.

Perante toda a plateia, Joaquim mostrou um mapa da cidade densamente povoado pelo DriveNow (ver imagem). A 300 mt da Gulbenkian lá estava o Carla – todos os automóveis foram baptizados com nome -, e outro a mais uns metros, e outro, e outro…

Já estávamos todos rendidos a este futuro, quando percebemos que esse Carla tinha ali chegado pela mão de um dos colaboradores da Return on Ideas. Um early adopter, claramente!

Nada disto tinha sido planeado, mas não foi apenas coincidência.  É mesmo o futuro que já está aqui.

Cabe às marcas, comunicação, modelos de negócio, percebê-lo.

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