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  • Perspectivas partindo de uma ‘infância’

    No passado dia 30 de novembro, reunimos a comunidade C no novo campus da Universidade Nova, para debater os resultados da mais recente investigação – “Eu, Consumidor Digital: Expectativas que apontam quotidianos (re)imaginados”. Para melhor perspectivar o que se avizinha, contámos com a participação e testemunho de membros das empresas que formam a comunidade C, assim como de convidados especialistas da Google e da Innovagency.

    A revolução digital, que é hoje considerada um fenómeno inegável, é fundamentalmente uma revolução cultural, um processo de mudança de comportamentos que vem estabelecer uma nova pirâmide de necessidades/ desejos e que exige uma renovada forma de projecção do “eu” e de vivência em sociedade. Enquanto laboratório de conhecimento do consumidor, o C-Lab assume o propósito de defender uma transformação tecnológica que não pode, precisamente pelo grau de disrupção que implica, ser menos humana. Escrevemo-lo no que chamámos (uma espécie de) Manifesto.

    A oportunidade de futuro que a maratona da digitalização oferece, tem subjacente um desafio que neste 30 de Novembro se sublinhou: o de contrabalançar a tensão, desumanização e dependência que hoje associamos ao mundo digital, com as inúmeras possibilidades de facilitação do quotidiano que podem advir de uma boa aplicação da tecnologia. Pede-se, portanto, reflexão ética e sensibilidade cidadã vigilante nesta incorporação do digital em novos serviços e produtos.

    O trabalho realizado situa o ‘Consumidor Digital’ em Portugal num estágio de ‘infância’ no que à integração do digital diz respeito. Uma infância que porém, já perspectiva claras necessidades e expectativas a nível de serviço, de usabililidade e personalização. Na mobilidade, na saúde, na gestão doméstica e orçamental.

    Em suma, avistamos um novo e prolífero terreno de expansão para as marcas que começa, antes de mais, em lacunas referidas ou necessidades não atendidas, e termina… não se sabe onde. Porque ‘o consumidor não sabe que quer o que não conhece’ e … definitivamente, há muito que não conhece mas desconfiamos que vá querer.