Com a tendência ‘Futuros Imaginados: a expectativa das marcas que o antecipam’, o C-LAB inaugura em 2017 uma discussão sem precedentes que tem um olhar posto num tempo mais distante.
Indica a tendência que «por força de um conjunto de disrupções tecnológicas que se afiguram próximas, os consumidores começam a levantar questões quanto ao seu futuro, ao formato e ao timing de soluções que deverão determinar uma transformação positiva do seu quotidiano, das cidades e das casas que habitam. As grandes marcas não apenas devem chamar a si uma quota de responsabilidade relativamente ao ‘imaginar o (melhor) futuro’, como podem aproveitar o momento para comunicar esse olhar mais longe e convidar o consumidor a ser agente participante de esforços de inovação em curso.»
Que cidades são estas do futuro? São aquelas em que se imaginam veículos autónomos, semáforos inteligentes, casas que gerem a sua própria energia ou mesmo energeticamente auto-suficientes? Diríamos que sim.
Mas são também cidades com ciclovias preenchidas, veículos eléctricos, carros, motas, bicicletas e espaços de trabalho partilhados, casas com comandos de voz. Uma paisagem diferente… mas não será, na verdade, possível amanhã?
A proximidade desse futuro que, afinal, é quase e apenas uma actualização do conceito de desenvolvimento sustentável na gestão da cidade, ficou muito óbvia na sessão de apresentação desta investigação do C-LAB que decorreu na Gulbenkian na última quarta-feira, dia 13 de Setembro.
O confronto com a necessidade de desconstruir rapidamente a imagem que se tem da paisagem urbana foi particularmente sentido quando um dos convidados que animou o painel de discussão – Joaquim Falcão de Lima, Director de Marketing Estratégico da Brisa – projectou em tempo real a nova aplicação DriveNow, um serviço de carsharing que a Brisa tinha lançado na véspera, distribuindo 211 automóveis (Mini e BMW) pela cidade de Lisboa.
Perante toda a plateia, Joaquim mostrou um mapa da cidade densamente povoado pelo DriveNow (ver imagem). A 300 mt da Gulbenkian lá estava o Carla – todos os automóveis foram baptizados com nome -, e outro a mais uns metros, e outro, e outro…
Já estávamos todos rendidos a este futuro, quando percebemos que esse Carla tinha ali chegado pela mão de um dos colaboradores da Return on Ideas. Um early adopter, claramente!
Nada disto tinha sido planeado, mas não foi apenas coincidência. É mesmo o futuro que já está aqui.
Cabe às marcas, comunicação, modelos de negócio, percebê-lo.