De que forma é que as preocupações com a saúde estão a redefinir as preferências dos consumidores em termos de destino de compras? É possível um grande operador da distribuição moderna, generalista e massificado, posicionar-se com sucesso nesses nichos? Como é que vê a ultra diversificação e especialização da distribuição moderna? Como é que a grande distribuição e o retalho se vão organizar no futuro?
A estas e outras perguntas a Return on Ideas dá resposta numa entrevista que a Clara Cardoso deu ao Expresso e que foi publicada no Caderno de Economia dia 20 de Janeiro de 2018.
Concordando que os novos formatos de compra, como os renovados mercados e praças, são valorizados enquanto experiência, salvaguardamos que os “os números mostram que a tendência para concentrar as compras é prevalecente”, especialmente nas grandes cidades. Nestes centros urbanos de maior escala marcados, cada vez mais, por solicitações múltiplas, o tempo ganha outro valor. A preocupação em conseguir tempo livre leva a uma exigente organização das rotinas e numa “dedicação – menor! – a outras tarefas como as compras ou organização da casa”.
Sem deixar de sublinhar que, quando se olha futuro, não se pode esquecer que a imprevisibilidade é característica das sociedades complexas, não temos dúvidas de que a aceleração da digitalização e uma maior capacidade de análise/reação real-time serão os grandes drivers da mudança.
Não acreditamos que haja portas fechadas à Grande Distribuição – “Para segmentar de forma eficaz é preciso conhecer muito bem o universo de consumidores e ter com eles uma relação longa, de confiança fundamentada em muitos anos de relação e sempre com sentido de inovação. Os grandes operadores da Distribuição Moderna em Portugal conseguiram, por mérito próprio reunir estes requisitos. Os Portugueses nunca se desiludiram com a Distribuição e praticamente todos as iniciativas que surgiram no setor foram bem-sucedidas. Por isso, o que venha desse lado em matéria de diversificação e especialização será sempre motivo de atenção e de predisposição à experimentação. E sabemos como os consumidores são tudo menos autómatos – os formatos têm vindo a fazer os seus percursos com grande sentido de adaptação às dinâmicas da Procura”
Estas e outras ideias sobre o destino do consumo e os destinos do consumidor, aqui.