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  • A casa: palco da vida quotidiana

    No auditório da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva reunimos, no passado dia 16 de Junho, clientes e convidados especialistas para debater os resultados da última investigação do C-Lab: A Casa.

    O nosso objecto de estudo não foi a casa, mas também foi a casa. Porquê? Porque a casa, sendo um bem material que nasce da cultura de uma época, se perpetua no tempo; porque o que moldou as escolhas da sociedade há 20, 30 ou 40 anos atrás continua a existir e a condicionar a realidade actual dos consumidores. A casa é o país que fica. E o que fica não é passível de tipificação; o país é tão heterogéneo nas casas como nas gentes.
    Quando passamos em revista as últimas décadas da nossa História, percebemos que existem diferentes modelos de casa ambicionada e de casa construída. É com esse legado que hoje vivemos e percebê-lo é importantíssimo pelo muito que condiciona a energia, o esforço e o mood dos consumidores relativamente à casa e à sua vivência.
    Olhamos depois para a casa que é palco principal do quotidiano das famílias, a maior testemunha das suas dinâmicas, dela decalcando comportamentos e mudanças. Neste palco multi-usos são chamados a cena diferentes acontecimentos, múltiplos actores e personagens. Dissecamos esse teatro, o ritmo e o share-of-time doméstico, identificando os gaps não resolvidos entre espaço, equipamentos, estética, serviços e necessidades expressas ou subjacentes aos novos modos de vida e aos novos modelos de família.
    Às marcas, propõem-se alguns domínios de reflexão para enraizar um olhar renovado sobre a casa. São, para os investigadores, temas que podem ajudar a responder positivamente às expectativas dos consumidores, estreitando os gaps que a investigação identifica entre aquilo que é a casa e o que ela oferece e o que são os modos de vida e as mentalidades actuais (as emergentes e as sedimentadas) dos consumidores.